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O que é HTLV?



Em atenção às informações já apresentadas , foram emitidas as recomendações seguintes para aconselhar as pessoas soropositivas para o HTLV. Nos casos em que a infecção viral é possível, o aconselhamento deveria ser vírus específico. O que chama atenção, sobre este assunto, é que o HTLV-I e o HTLV-II são dois retrovírus diferentes e discrepantes na epidemiologia e nas associações de doença. Deste modo, as recomendações específicas para pessoas infectadas com HTLV-I ou HTLV-II deveriam levar em conta estas diferenças. HTLV-I Pessoas identificadas como soropositivas para HTLV-I/II, de acordo com os critérios de USPHS, e positivas para o HTLV-I, por prova adicional, deveriam ser informadas que estão infectadas pelo HTLV-I. Deveriam ser esclarecidas que o HTLV-I não é o vírus da aids, que não causa aids, e que a aids é causada por um vírus diferente chamado HIV.

Deve ser dito que o HTLV-I causa infecção para toda a vida. Deveriam ser informadas sobre os modos e a eficiência da transmissão, associações de doença e a probabilidade do desenvolvimento de doença. Devido à baixa probabilidade de desenvolvimento de doença (1%), não existe indicação para o tratamento específico dos portadores assintomáticos. Em particular, pessoas infectadas com HTLV-I deveriam ser aconselhadas: · A dividir esta informação com o seu médico ou dentista; · Não doar sangue, leite materno, sêmen, órgãos do corpo ou outros tecidos; · Não compartilhar agulhas ou seringas com outras pessoas; · Não amamentar as crianças; · Considerar o uso de preservativos de látex para prevenir transmissão sexual Se a pessoa HTLV-I-positiva estiver em uma relação sexual mutuamente monogâmica, deveria ser recomendado ao parceiro sexual teste sorológico para ajudar na formulação do aconselhamento específico. Se o parceiro sexual também for positivo, nenhuma recomendação adicional é indicada. Se o parceiro sexual for negativo, o par deveria ser aconselhado a usar preservativos de látex que podem ajudar a prevenir a transmissão de HTLV-I ao parceiro negativo, homem ou mulher. Pares, homens-infectados e mulheres não-infectadas, que desejam a gravidez, deveriam ser alertados sobre o risco, pequeno, de transmissão sexual do HTLV-I durante as tentativas de gravidez e do risco pequeno para transmissão vertical da mãe para criança, sem a conexão com a amamentação. Tal casal poderia ser aconselhado para sempre usar preservativos de látex, excluindo-o durante o período fértil enquanto eles estiverem tentando a gravidez. O uso de preservativos de látex é, fortemente, recomendado para pessoas HTLV-I-positivas com múltiplos parceiros sexuais ou quando em relações sexuais que não são mutuamente monogâmicas. Estas pessoas deveriam ser lembradas do risco de adquirir outras infecções sexualmente transmissíveis, inclusive o HIV. Prevenção será a melhor forma de cuidar do seu corpo!


Videoconferência HTLV

1. Como eu peguei o vírus? Como o HTLV é transmitido?

A transmissão do vírus HTLV ocorre pelas mesmas vias que o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o da hepatite B:

a. Sexo sem preservativo com um indivíduo infectado, sendo a transmissão mais ativa do homem para a mulher (60,8%), quando comparada a transmissão de mulher para homem (0,4%).

b. Compartilhamento de seringas e agulhas infectadas durante o uso de drogas injetáveis;

c. Da mãe infectada para o recém-nascido, principalmente pelo aleitamento materno ou via transplacentária. O vírus tem sido detectado no sangue periférico, leite e sangue do cordão umbilical das mães portadoras. A taxa de prevalência da infecção é maior em crianças amamentadas por um período maior que 6 meses;

d. Transfusão de sangue infectado. Todos os bancos de sangue no Brasil, por força da Portaria nº 1376/1993 do Ministério da Saúde, realizam testes para o HTLV nos doadores de sangue desde 1993. De maneira que, o risco de transmissão por esta via, é quase que inexistente em nosso país, nos últimos anos.

2. O método de quimioluminiscencia (CMIA) é confiável para o diagnóstico da infecção pelo HTLV?

O método de quimiluminescência (CMIA) assim como ELISA são utilizados como testes de triagem para o diagnóstico da infecção pelo HTLV. Ambos testes são muito sensíveis. Entretanto, podem ocorrer resultados falso-positivos. Por este motivo, resultados positivos necessitam de confirmação. Os testes confirmatórios são mais específicos, além de discriminar se os anticorpos são contra o vírus HTLV-1 ou contra HTLV-2. Os testes Western blot ou teste molecular (PCR) para HTLV devem ser realizados para a confirmação diagnóstica. Portanto, é importante destacar que nenhum indivíduo pode ser considerado infectado pelo HTLV-1/2 com base apenas no teste de triagem, sendo necessário a confirmação.

3. Se um portador do vírus for doar sangue, o exame acusa a infecção?

Sim através do exame de sangue específico para anticorpos anti-HTLV-1/2. Caso o teste de triagem (em geral, quimiluminescência ou ELISA) seja reativo, torna-se necessária a confirmação e diferenciacção dos anticorpos anti-HTLV-1 e anti-HTLV2 através de testes sorológicos (Western blot) ou molecular (PCR). De acordo com a Portaria nº 1376/1993 do Ministério da Saúde, toda amostra de sangue deve ser testada para HTLV-1/ 2, além de hepatite B, hepatite C, sífilis, chagas, HIV 1 e 2 em todos os hemocentros do país, cujo objetivo visa a proteção do receptor desse sangue.

4. Existe a possibilidade da pessoa ser portadora do vírus, ir doar sangue e o exame dar não reagente?

O exame utilizado para o diagnóstico da infecção pelo HTLV em banco de sangue é um teste muito sensível, o que faz com que a possibilidade de um indivíduo infectado ter um resultado negativo seja extremamente reduzida. No entanto, em algumas situações raras, isso pode ocorrer, como, por exemplo, em indivíduos com infecção recente.

5. Tem como saber se eu sou portadora do HTLV-1 ou do HTLV-2?

A maioria dos indivíduos infectados pelo HTLV não apresenta sintomas da infecção durante toda a vida. No entanto, o HTLV-1 está associado a diversas doenças, como por exemplo leucemia (mais especificamente, a leucemia de células T do Adulto, ATL), doença neurológica crônica (mielopatia associada ao HTLV-1/ paraparesia espástica tropical, HAM/TSP), doenças de pele (dermatite infectiva), doenças nos olhos. Como a infecção pelo HTLV pode causar diferentes sintomas o acompanhamento médico é essencial.

7. O HTLV pode causar leucemia?

Sim. O vírus tem sido reconhecido como causa de leucemia desde 1981. A leucemia ocorre predominantemente em adultos, 20-30 anos após a infecção. Existe um risco maior no desenvolvimento de leucemia nos indivíduos que adquiriram a infecção pelo HTLV durante a infância.

8. Um portador assintomático pode desenvolver sintomas no futuro?

A maioria dos infectados permanece assintomático. Cerca 1% a 5% destes desenvolvem leucemia de células T do adulto (ATL) ou mielopatia associada ao HTLV-1/paraparesia espástica tropical (HAM/TSP), dentre outras complicações. Lesões dermatológicas são também observadas em portadores.

9. O que posso fazer para manter os sintomas da infecção sob controle?

Os portadores assintomáticos devem fazer acompanhamento médico periódico anual.

10.Além de acompanhamento com neurologista e exame de sangue quais outros exames de rotina eu tenho que fazer anualmente para diagnosticar alguma doença associada ao HTLV?.

Na primeira consulta deve ser realizada a confirmação sorológica da infecção pelo HTLV-1/2 com testes específicos tais como western blot ou molecular (PCR), além de sorologia para os vírus da hepatite B, vírus da hepatite C, HIV e sífilis, considerando que apresentam as mesmas vias de transmissão. A análise da quantificação do vírus HTLV-1 no sangue, denominado carga viral, traz contribuição adicional sobre o risco do desenvolvimento de doenças em portadores assintomáticos.

11.Quem tem a HAM/TSP pode um dia desenvolver a leucemia?

Sim. Existem relatos de desenvolvimento concomitante de HAM/TSP e leucemia (ATL). A HAM/TSP pode também estar associada a outras manifestações da infecção pelo HTLV-1 tais como como pneumonite alveolar, uveíte, artrite, dermatite, síndrome de Sjögren, doença de Behçet, hipotireoidismo, cistite e prostatite.

12.Gestante portadora do vírus poderá infectar o bebê?

Sim. Existem chances da gestante infectar o bebê durante a gravidez por via transplacentária ou por meio do leite materno. É recomendado não amamentar no peito, caso a mãe seja infectada, devido ao elevado risco de infecção que aumenta após seis meses de amamentação. A alterativa consiste no uso de fórmulas ou de leite de bancos de leites.

13.Já tem estudos que comprove cura?

Não existe tratamento específico contra o vírus. Porém, as doenças associadas a infecção pelo HTLV devem ser tratadas precocemente para prevenção de sequelas e comprometimento da qualidade de vida dos indivíduos. Estas enfermidades incluem HAM/TSP, uveíte, leucemia (ATL), dermatite entre outras. O tratamento depende da avaliação especializada tais como neurológica, hematológica, oftalmológica, etc, e também do grau de comprometimento, tempo de evolução, além de outras infecções, etc.

14.E em relação a tratamentos para qualidade de vida?

Considerando que qualidade de vida representa o estado de bem-estar físico e mental dos indivíduos, torna-se prioritário procure manter o acompanhamento constante para prevenir possíveis complicações.

15.Tenho infecção de urina de repetição, dificuldade de esvaziar a bexiga. A pulsoterapia vai ajudar nessa questão?

A pulsoterapia tem por finalidade diminuir a inflamação que ocorre na medula espinhal na HAM/TSP e consequentemente melhora o déficit motor. Desta forma, pode melhorar o esvaziamento da bexiga e, portanto, reduzir a taxa de infecção

16.Se eu começar a apresentar alguma doença relacionada ao HTLV e descobrir com antecedência, qual a porcentagem ou probabilidade de cura?

Não há cura para a infecção pelo HTLV-1, porém o acompanhamento constante reduz as complicações que podem ocorrer no curso da infecção.

17.Quais são os cenários para o futuro do portador do vírus HTLV?

O cenário envolve medidas de saúde pública, tais como a prevenção da infecção, com divulgação da importância do uso do preservativo para ato sexual seguro, a testagem da gestante no pré-natal, campanhas de educação dos profissionais de saúde


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Pouco conhecido e de difícil diagnóstico, o HTLV é um vírus da família do HIV e pode causar doenças neurológicas e leucemia. Cerca de 2 milhões de brasileiros estão infectados com o vírus, que é transmitido por meio de relações sexuais sem proteção ou por agulhas contaminadas. A Bahia é o estado com a maior taxa de circulação do vírus.

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